quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Cap. 13: Tempo

Esse fim de semana fomos na casa da vovó. Além do bolo outro presente me esperava: um relógio. Ela me disse que eu já era um pequeno homem e o tempo é muito precioso, por isso precisava aprender logo saber usá-lo. Ela me ensinou a ver as horas e os minutos e disse que assim poderia controlar meu tempo.
Mas então cheguei em casa e vi que não tinha aprendido direito. Como poderia controlar o tempo usando um relógio no pulso? Se de fato eu pudesse controlá-lo, eu faria o tempo de ver desenho ser bem maior e o tempo na escola menor. Meus pais chegariam cedo do trabalho e passariam mais tempo dormindo. Assim teriam mais disposição pra brincar no fim de semana comigo. O dia nunca viraria noite e então ficaria jogando bolinha de gude na rua até rapar todas as do Pedrinho. Se eu pudesse controlar o tempo vovô e vovó nunca reclamariam da idade, pois não envelheceriam. E eu jamais cresceria. Talvez as vezes, para ver filmes assustadores. Mas logo depois voltaria o ponteiro do relógio para dormir no colo da minha mãe.
O relógio, descobri depois, só me informa a hora que estou. Quando na verdade eu só quero estar na hora certa. A hora de ser Dudu.

Um comentário:

  1. Não lembro exatamente quem disse essa frase, mas era algo como: Nunca é tempo perdido aquele tempo que você gosta de perder.

    Aliás Dudu, você esqueceu de dizer outra coisa que sua avó também falou: "Como cresceu esse menino!!" hehe

    Felipe Biasoli

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